sábado, 24 de dezembro de 2011

Feliz Natal!

Todos meio doentes por aqui. Mãe e filha mais nova com gastroenterite e pai e filha mais velha resfriados... E não estamos em casa, mas na casa da sogra, o que sempre é chato quando se está doente.
Mas ainda assim um feliz, feliz natal pra todos!

E um feliz ano novo também. Em 2012 volto para contar as novidades dos últimos dias.

Um grande beijo!

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Atenção: post de uma mãe extremamente coruja

Estão todos avisados, né?

Rsrsrsrs.


Então que sexta-feira foi o dia da U8. Para quem ainda não sabe, aqui na Alemanha as crianças passam por exames periódicos no pediatra, para que o seu desenvolvimento sejam analisados.
A cada exame (Untersuchung, dai o "U"), os pediatras verificam vários aspectos, dependendo da idade. Na U8 eles fazem testes de audição e visão, exame de urina e vários testinhos para averiguar como anda o desenvolvimento físico e psíquico da criança. A Sophia, por exemplo, teve que fazer um desenho de um homenzinho, observar desenhos do médico e copiar na sua folha (teve que fazer retas, triângulos, quadrados e círculos), depois teve que andar num pé só, correr de costas, ficar parada 5 segundos em um pé só, dar cambalhota, cantar uma música sobre o outono (e eu nem conhecia a música que ela escolheu para cantar!), além de conversar com o médico para ele verificar como anda o nível de vocabulário, correção gramatical e articulação.

Eu perguntei se o homenzinho tinha dois pés direitos, a resposta dela, lógico que não mamãe, ele está com um joelho de fora :-)


A única ressalva foi na parte da articulação. Ele diz que a Sophia não posiciona a língua corretamente em algumas palavras e por isso ele recomenda que ela faça algumas sessões de fonoaudiologia, para que nenhum erro seja consolidado, principalmente se ela já for entrar na Vorschule no ano que vem (mas já falo sobre isso).

No mais Sophia fez tudo com muita maestria :-) O pediatra disse que ela é muito inteligente (avisei que a corujice iria dominar hoje, né?), que segundo a classificação médica ela está no topo da pirâmide do desenvolvimento (existe, aparentemente, um percentil de desenvolvimento neste quesito também - eu só conhecia estes percentis no quesito peso e altura - e ela estaria no percentil 95, ou seja, ela está mais avançada que 95% das crianças da sua faixa etária) e que, para concluir, ele aconselha que ela já entre na Vorschule no ano que vem.

A Vorschule representa o último ano da escolinha, mas é considerada - pelo menos aqui em Hamburgo, já que a legislação educacional varia de estado para estado - um passo importante para a escola. A Vorschule pode ser feita no próprio jardim de infância ou já na escola onde a criança cursará a primeira série. E normalmente são aceitas crianças a partir dos 5 anos, que farão 6 no decorrer do ano letivo. Durante este ano a criança é preparada para entrar para a escola. Ela tem que acordar mais cedo já que o horário é semelhante ao da escola (atualmente ela entra às 9 na escolinha, na escola terá que entrar às 8). Tem que ficar sentada mais tempo (na escolinha eles só "têm" que ficar sentados durante as refeições e nas atividades em roda que são sempre realizadas no início da manhã e no início da tarde, mas na escola é praticamente o tempo todo), tem que fazer tarefinhas (inexistentes até agora), tem que dividir a atenção da professora (1 professora para 23 alunos na escola x 1 professora para cada 5 alunos na escolinha), enfim, uma série de adaptações importantes.

Bem, claro que ficamos lisonjeados com a recomendação médica, afinal isso mostra que a Sophia está com o mesmo nível de desenvolvimento de uma criança de 5 anos (e ela acabou de completar 4 no mês passado), inclusive vários testinhos que ela fez já fazem parte da U9 (o exame para crianças de 5 anos completos). Mas agora ficamos também com a dura responsabilidade de ter que decidir se colocamos nossa filha com apenas 4 aninhos na Vorschule ou não. E com isso vem o dilema de decidir se é melhor que ela seja sempre a mais nova da turma (e eu SEMPRE fui a mais nova da minha turma, mas nem sempre achei isso tão legal...) ou se arriscamos deixá-la mais um ano no jardim de infância sendo que ela pode também se desmotivar por não aprender coisas novas (aqui jardim é feito mesmo só para brincar, as crianças não aprendem coisas escolares do tipo matemática ou leitura/escrita).

E agora José?

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Alguém leu a veja da semana passada?

Aqui em Hamburgo não tem nenhum periódico brasileiro para comprar. Não tem jornal e não tem revista. Claro que temos a internet, mas confesso que adoro folhear uma revista, ou ouvir o barulho e sentir nas minhas mãos aquele papel sujinho de jornal. Sendo assim, sempre que algum conhecido meu vai para o Brasil, e me pergunta se quero alguma coisa de lá, logo responda: por favor jornal e revista!

No Brasil assinava a veja e esta continua sendo a revista que gosto de ler, mas mais por tradição do que por seu conteúdo. Na minha opinião a revista está tão parcial que chega a irritar (fora o fato de que as reportagens estarem mais parecidas com o sensacionalismo comovente do fantástico do que com jornalismo de qualidade que eu costumava enxergar na revista).

Não sou ingênua e sei que qualquer jornalista escreve de acordo com suas convicções. É natural, na minha opinião. Mas acredito sim na imparcialidade da imprensa. Não acho que uma revista deva me dizer em qual partido ou candidato votar. Ainda que eu não considere tão prejudicial ler nas entrelinhas (mas só nas entrelinhas, que fique claro), a simpatia política de um veículo de imprensa, acredito também que a simpatia não pode superar o bom senso e que uma, ao menos, tentativa de imparcialidade deve sempre ser a meta.


Dito isto, fiquei contentíssima por receber mais uma revista e jornais no início da semana e claro que com um título como este "Para seu filho dormir e não chorar com cólicas", o artigo do Gustavo Ioschpe não me passou desapercebido.

Não conheço o autor, nem o que o qualificaria a escrever sobre o desenvolvimento infantil, mas como disse a Anne, ao virarmos mães, todas as opções tomadas em relação aos cuidados com os filhos são passíveis de serem colocadas em questionamento, por todos que convivem conosco.
Ou seja, também o Gustavo se sentiu no direito de escrever sobre a "falta de coragem" que leva os "pobres pais" a não deixarem os filhos chorarem por alguns dias e que acabam pondo a perder o "treinamento" para que os filhos durmam a noite toda. Gustavo também diz que não devemos "capitular" ante o choro e que devemos estar atentos para que a criança não seja socorrida se chorar um pouco mais, pois aí o choro não termina nunca.

Nossa, fico triste só de imaginar que muitos pais realmente recorrem a este método e deixam seus filhos chorando por minutos (horas?) a fio. Minha primeira filha foi uma grande exceção e realmente aprendeu a dormir sozinha a noite toda com alguns poucos meses de idade. Já a segunda não. Helena acorda várias vezes e me pego pensando como será bom quando eu puder dormir uma noite inteira novamente. Só que se para isso eu tiver que deixar a minha filha chorar inconsolavelmente (pois faz parte do "método" do Gustavo, inspirado no americano Richard Ferber não pegar a criança no colo, não tocá-la e, preferencialmente, nem falar com a criança para que ela aprenda a se virar sozinha), prefiro passar muitas outras noites em claro.

Engraçado que o Gustavo cita alguns papers que embaseariam a hipótese de que a insônia infantil traria "significativos problemas para o resto da vida", mas ao ler o primeiro deles (confesso que depois fiquei até com preguiça de ler os outros 3), este argumento, ao meu ver, já cai por terra. Vejamos, o paper sugere que crianças que dormem menos têm mais probabilidade de ter dor de cabeça.
A ausência de sono, concordo, dá dor de cabeça até em mim. Mas, o segundo fator mais importante, apontado como causador da dor de cabeça, ainda segundo o paper, é o estresse emocional. Ora, pergunto eu: e qual é uma das consequências mais diretas do método de deixar a criança chorando até pegar no sono sozinha? Não é justamente o estresse?
Fora o fato de que em nenhum momento se insinua no paper que as crianças durmam menos por terem sido socorridas pelos pais ao chorarem, quando bebês.

Curiosamente, hoje minha irmã compartilhou um texto no FB falando sobre os perigos do hábito de se deixar chorar e gostaria de listar aqui, bem resumidamente, algumas das consequências deste hábito (tradução pessoal):
  • morte de neurônios - quando o bebê está muito estressado o hormônio cortisol é liberado e este é um assassino de neurônios
  • reação ao estresse deturpada - o corpo reage de forma extrema ao estresse causando mau funcionamento cerebral, do trato digestivo, etc.
  • auto-regulação é abalada - o bebê não aprende a se acalmar ou a ter auto-controle. O que ele aprende é que não pode defender ou confiar nas pessoas.
  • auto-confiança é abalada - o bebê não tem uma base sólida com a qual sabe que pode contar.
E isto para não falar da consequência mais direta, que todo pai ou mãe sente ao deixar seu filho chorar propositalmente: culpa.
O tempo com um recém nascido parece infinitamente longo, quando pensamos nas noites mal dormidas, mas tão curto quando consideramos a vida inteira que um indivíduo tem pela frente. Será que compensa mesmo arriscar e ir contra todo o bom senso humano que nos faz acudir alguém que está pedindo ajuda? Ainda mais quando este alguém é seu filho? Que depende totalmente de você?

Posso estar cansada, mas nada como sentir a cabeça da minha filha apoiada em meus braços enquanto a embalo para voltar a dormir e saber que ela se sente protegida e acolhida e segura do meu amor...

sábado, 10 de dezembro de 2011

Melô da Helena

Vamos lá ao Xote da Helena, ao som de Luiz Gonzaga:

Uma Heleninha
Que chegou aos 9 meses
Foi o sinal de que não é mais bebêzão
Toda menina que enjoa da chupeta
É sinal que a mamãe
Não tem mais sossego não.

Fica só em pé
Tenta dar os seus passinhos
Se larga dos apoios
E cai cada tombinho

Ela só quer
Só pensa em caminhar
Ela só quer
Só pensa em caminhar

De manhã cedo já tá esticada
Só vive em pezinho
Sozinha ou escorada

O pai leva ao doutor
A filha espevitada
Não brinca, não engatinha
Não dorme, nem quer nada

Ela só quer
Só pensa em caminhar
Ela só quer
Só pensa em caminhar

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Quem afinal traz os presentes? Papai Noel, Nicolau ou menino Jesus?

Hoje é dia de São Nicolau.

Nikolaus, como o santo é chamado aqui na Alemanha, foi um bispo, que durante sua infância, para tentar lidar com o enorme vazio que a morte dos pais lhe causou, começou a distribuir nozes, castanhas, maçãs e outras delícias para as pessoas pobres da sua cidade. No dia da sua morte, 6 de dezembro, costuma-se então  distribuir doces, maçãs, nozes, castanhas entre as crianças, em homenagem ao Santo.

Mas, aí começa também uma grande confusão, no meu entender. Pois este Nikolaus é para nós brasileiros o Papai Noel. Só que também existe em alemão a palavra papai noel - Weihnachtsmann. E para complicar mais um pouquinho, algumas famílias também ensinam às crianças que quem traz os presentes no dia 24 (sim, aqui a entrega é na véspera do Natal) é o Christkind - o menino Jesus.

E agora, José?

Li que a igreja católica não está gostando de perder terreno - o papai noel vem se tornando cada vez mais popular entre a criançada. Tanto é que os correios recebem cerca de 60 mil cartas por ano endereçadas ao Nikolaus contra 200 mil para o Papai Noel.

Depois de vários anos tentando entender quem é quem nesta história toda, ficamos assim: na nossa casa, o Nikolaus vem no dia 6 de dezembro e é o responsável pelos doces. O menino Jesus toca o sininho (pois o marido faz questão do sininho avisando que os presentes já estão embaixo da árvore) e ajuda o papai noel a trazer os presentes, entregues também no dia 24. A cartinha é enviada ao Papai Noel. E pronto :-)

Aqui algumas fotos da Sophia limpando suas botinhas (as crianças só recebem os chocolates nas suas botas e se elas estiverem limpas, que pai alemão sabe das coisas e adora uma oportunidade de fazer a criançada botar a mão na massa).

No dia 5, à noite.

No dia 6, assim que acordou

E botando a mão literalmente na massa, já que Natal é época de fazer bolachinhas :-)



Como a Helena não pode comer nem as bolachas nem os doces ela se delicia com a sua beterraba:



Beijos e bom Nikolaus para todos!

sábado, 3 de dezembro de 2011

Mamãe matou aula...

Ontem estava com preguiça. Aliás, desde quinta de manhã.
Aí que acordei tarde, fiz café pra todos, separei roupa para a Sophia, troquei a Helena, tomei café, coloquei roupa para lavar, tirei a louça limpa da máquina, coloquei a louça suja do café e quando finalmente olhei para o relógio faltavam 10 minutos para as 9. E dez minutos depois eu teria que sair para levar a Helena para o Pekip. Mas estava chovendo, estava frio e a Helena ainda fez cocô. Tive que trocar a fralda, reparei que a blusinha dela estava meio suja do mamão, que ela comeu no café, troquei a camiseta e aí já eram 9 horas.

A preguiça chuva continuava.

Desisti de ir. Vi que uma amiga querida tinha ligado e resolvi ligar de volta :-) E resolvi que iria aproveitar a manhã pra mim. Afinal a Helena sempre dorme super bem, umas duas horas pela manhã, e em vez de correr pro computador, ou de fazer coisas para a casa, fui desmatar a floresta amazônica fazer depilação, tirar o esmalte que estava no pé há uns 2 meses fazer as unhas , hidratação no cabelo e uma máscara no rosto.

Comecei por falar um tempão com a Lú e quando a Helena dormiu fui para minha sessão de beleza particular. Claro que neste dia a Helena dormiu só 50 minutos. Mas deu tempo de fazer quase tudo. E estou me sentindo tão melhor!!!!

Helena você perdoa a mamãe? Prometo que semana que vem estaremos lá!