quarta-feira, 27 de junho de 2012

Blogagem coletiva das Mães Internacionais: comemorando aniversários na Alemanha



Qual a relação entre a idade do aniversariante e o número de convidados?
Esta é a primeira grande diferença na forma de se comemorar aniversário infantil aqui na Alemanha: o número de convidados.
Geralmente,  a idade do aniversariante indica a quantidade de convidados. Fez 3 anos? 3 convidados. 5 anos? 5 convidados. Nos primeiros aniversários infantis ainda é "permitida" a presença dos pais dos convidados nas festas. Estas geralmente são realizadas em casa e, como as casas não são muito grandes por aqui, é normal ter-se menos gente. Os alemães também são adeptos da divisa: "klein, aber fein" (algo como pequeno, mas bem feito), então, pra eles, se você convida menos pessoas tem como se dedicar melhor aos seus convidados e tem como caprichar mais na comida e decoração.
Estes itens, aliás, não costumam ser muito sofisticados, ou exagerados. A decoração costuma se resumir a algumas bexigas, uma toalha de mesa mais arrumadinha ou com tema da festa (os grandes campeões aqui são os de tema "pirata", para meninos e "Lilly Fee" (uma fadinha) para meninas. Temas neutros como joaninhas e dinossauros também são encontrados). Eles costumam servir fast food nas festas: salsichas (claro!), pizza, batata frita, almôndegas e doces (bolo e balinhas, da marca Haribo). Em algumas casas também são servidos vegetais crus cortadinhos, como pepino, pimentão, cenoura e couve-rábano  e algumas frutas, dependendo da estação do ano.

Oi, eu sou uma couve-rábano. Minhas folhas são comidas por coelhos ou usadas por brasileiros morrendo de vontade de comer couve mineira - algo que não encontramos em terras germânicas.


Após os 4 anos, já não é mais comum que pais fiquem nas festinhas. As festas têm hora para começar e terminar, então o pai chega, deixa o filho na festa e volta na hora combinada para buscar.

Assim sendo, dá para imaginar a cara de surpresa dos pais alemães ao verem uma festa brasileira, né? Ainda que aqui a festa necessariamente seja beeeem menor que as festinhas do Brasil, elas ainda são muito mais coloridas que as alemãs. A maioria das mamães brasileiras que conheço por aqui, opta por fazer uma mistura das duas festas. Tem decoração com tema, tem docinhos como os que conhecemos e adoramos (brigadeiro, beijinho); quando encontramos alguém que faça tem salgadinho (coxinha, quibe, bolinha de queijo), mas temos festa com menos pessoas e, muitas vezes, com hora pra acabar.

Acho que o grande diferencial é que a mamãe brasileira no exterior acaba botando a mão na massa mesmo. Seja na hora de cozinhar (se quiserem ler como um bolo pode dar MUITO, EXTREMAMENTE errado, cliquem aqui :-)), seja na hora de enfeitar a festa (exemplo da última festa da minha filha), já que não encontramos por aqui facilmente itens de decoração e, muitas vezes, eles são bem caros. Bexigas, por exemplo, costumam ser vendidas em pacotes com cores sortidas, se quiser fazer, sei lá, um arco de balões, já fica mais complicado encontrar pacotes com cores únicas. Forminhas para docinhos só tem em umas poucas cores, leite condensado não é em todo supermercado que se encontra e por aí vai.
O que tem sempre é muito amor e muita vontade de mostrar aos filhotes um pouco da nossa cultura e um pouco de como eram as nossas festinhas durante a infância.



Este post faz parte da blogagem coletiva das Mamães Internacionais. Se você quiser ler mais sobre as festas de aniversário em outros países, clique aqui!

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Passeando pela Toscana com crianças



No último post falei da nossa casa super fofa na Toscana e hoje gostaria de contar alguns dos passeios que fizemos quando estivemos naquela região.
Vale dizer que a Toscana é uma área bem grandinha. Não dá para cobrir tudo em um passeio só. A não ser que você tenha muito tempo disponível e crianças que adorem andar de carro ;-) 
O "normal" é você arrumar uma base (como a nossa em Vallico di Sopra) e de lá ir fazendo passeios diários. Mas claro que alguns dos destinos valem uma visita exclusiva, pela infinidade de atrações que oferecem. Florença é um desses e por isso vai ganhar post exclusivo amanhã (ou logo ;-))!

Lá pertinho mesmo de Vallico (perto em kms, mas não em minutos pela estrada sinuosa de acesso) fica a Grotta del Vento. Esta é uma das inúmeras cavernas subterrâneas que estão localizadas nos "Alpes Apuanos", que (penso eu!) no Brasil são chamados de Apeninos. 


São oferecidas visitas guiadas de 1, 2 ou 3 horas, só que infelizmente não em inglês. Dá para contar com um audio guide, mas a guia italiana nem sempre esperava que acabassemos de ouvir a explicação, antes de seguir para o próximo ponto de interesse. Fora que nem sempre é possível ouvir a explicação, tirar fotos, controlar se as crianças não estão lambendo uma estalactite ou jogando pedra nas estalagmites, explicar o que está acontecendo e andar sem escorregar ao mesmo tempo. Ainda assim, é uma atração interessante para crianças a partir de 4 anos, eu diria. 
E a caverna impressiona mesmo pela profundidade, pela diversidade rochosa, pelo vento (o nome não vem do nada!) e para refrescar :-) Lá dentro a temperatura é constante: 10 graus o ano todo, então pode ser uma boa alternativa nos dias quentes do verão. Mas lembre-se de levar um casaco!

Agora diz qual criança vai resistir a um convite assim: vamos lá na caverna do esqueleto do urso???
Sophia e a amiguinha Leah
Ao sair da Grotta dá para se passar também num convento super interessante: o Eremo di Galomini. Este convento fica incrustado em uma rocha imensa e oferece uma vista muito linda das montanhas. Dá inclusive para alugar um quarto no convento ou então almoçar no restaurante.





Lá pertinho da casa que alugamos tenho uma dica muito boa de restaurante! Infelizmente não tirei foto, mas é o restaurante da Sandra. Um lugar super amplo, bem no meio do vale da Garfagnana, pertinho de Fabbriche di Vallico com pratos típicos muito saborosos, pouquíssimos turistas e um atendimento fabuloso. Quer mais? Tudo que comemos adoramos e o preço era baixíssimo. Tipo qualquer entrada por 5 euros. Ou sobremesa (panacota! tiramisu!) por 2 euros. Quem passar por lá pode aproveitar para visitar as cidadezinhas super bucólicas do vale.

Outro lugar interessante é Lucca. A cidade é famosa pela muralha que ainda a cerca completamente. E não é um murozinho à toa não, é um muro alto e largo, com ruas (!), árvores e fontes e caminhável por toda a sua extensão. Lucca é a cidade natal de Puccini (La Bohème, Madame Butterfly) e toda a cidade tem um quê de artístico.
Lá encontrei também uma estátua e uma placa comemorativa em relação à Garibaldi, mas não consegui descobrir ao certo qual a relação entre ele e a cidade.



Não muito longe de Lucca fica Bagni di Lucca, às margens do Rio Serchio. A cidade é conhecida pelas águas termais e, no século XIX, hospedou por um bom tempo o autor alemão Heinrich Heine. Tem até uma plaquinha comemorativa do seu antigo lugar de residência. No entanto, a região é mais de caráter medicinal do que recreativo. Fomos até lá achando que encontraríamos uma piscina e diversão pras crianças, mas não. Crianças, aliás, nem têm a entrada permitida em muitos ambientes das termas. O espaço é limitado a uma piscinazinha sem graça e exige-se silêncio... Ou seja, nada praticável com 1 criança de 4 anos, 2 de 3 e uma de 1! Então nos limitamos a passear pela cidade que é bem lindinha e a tomar sorvete que na Itália é algo tão, mas tão prazeiroso.

Agora um lugar ótimo para os pais (gastronomia, vinhos!) é Montepulciano. E nem se precisa preocupar com as calorias, pois tem tada ladeira por lá que a gente se livra delas rapidinho rsrsss. A dica daqui é degustar o Vino Nobile e quem sabe as águas termais da região. Também foi um dos pouquíssimos lugares onde encontramos um parquinho infantil, glória das glórias para quem viaja com criança, certo?
E, finalmente, Pisa. Nem precisa dizer o que visitamos, né? E, aliás, foi basicamente a única coisa mesmo. Sophia estava entusiasmadíssima para conhecer a Torre, mas, infelizmente, o acesso é só para crianças a partir dos 8 anos. O problema é a altura pouco elevada da mureta de proteção, então, para evitar acidentes, crianças menores não entram, nem mesmo no canguru. Com isso as crianças se divertiram mesmo foi no gramado da Piazza dei Miracoli. Não chegamos a entrar no Duomo ou nos museus. Aliás, fora o Museu do Vaticano, em Roma, não fomos a nenhum outro, pois achamos que aproveitamos pouco. Uma pena mesmo, mas achamos que quando as crianças forem um pouquinho maior (principalmente a Helena) o passeio será mais prazeiroso para todos.


quarta-feira, 6 de junho de 2012

Eu quero uma casa no campo...

...onde eu possa plantar meus amigos,
meus discos e livros
e nada mais.

E esta casa fica na Toscana, gente!
Alugamos uma casa idílica, no alto de uma montanha, com uma piscina, churrasqueira, muito verde e "nada mais".



Confesso que ficava um pouco afastada da civilização. O restaurante mais próximo ficava a 5 minutos de carro, numa aldeia em que vivem apenas 60 pessoas, mas que só abria as suas portas nos finais de semana. Supermercado a 30 minutos. Mas 30 minutos numa estradinha sinuosa, parte dela de chão batido. Farmácia, hospital? Ainda bem, toc-toc-toc que não precisamos, pois ficava longe, viu?

Mas ah! a vista, ah! a companhia de amigos tão queridos, ah! o sol e o calor, tudo isso superou qualquer restrição que tivéssemos em relação à localização.



Colocamos a mão na massa, preparamos nossas refeições (ou elas foram preparadas, já que eu mesma não ia muito pra cozinha quando podiamos contar com um chef, né Florian?), jogamos cartas, tomamos vinhos e cafés mil, passeamos com as crianças, brincamos, lagarteamos na piscina ou à beira dela, já que a água andava meio fria, ouvimos música juntos, lemos histórias para as crianças, fizemos mil piadinhas (insider jokes!) sobre os nossos vizinhos inexistentes, cantamos mil vezes a música preferida da Helena (meu pintinho amarelinho), esquecemos do mundo, nem nos demos conta que houve terremotos (!), enfim, curtimos MESMO!!



Ah sim, faltou falar que nossa casa ficava na aldeia de Vallico di Sopra! E alugamos a casa através do site: Novasol.
Esta semana eu ainda falo um pouquinho dos passeios que fizemos lá na região, tá?

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Primeiramente: Roma!

Cadê inspiração para falar da nossa viagem à Toscana objetivamente quando lá fora está chovendo e a temperatura não está passando dos 10°C?-
Bom, vou tentar ao máximo não idealizar a coisa mas não garanto nada :-)

Pegamos um avião de Hamburg até Frankfurt e outro de Frankfurt até Bologna, a terra do molho à bolonhesa que, aliás, na Itália não se chama assim, mas sim (me corrijam se estiver errada, mas só ouvi este termo): ragu.
Fomos de Lufthansa e, como sempre, não nos foi servido nada (de útil, de inútil tinha uma barrinha de chocolate) nos 2 vôos que pegamos, ainda que tenhamos voado bem na hora do almoço. Mas sou mãe precavida, que conhece a Lufthansa, e tinha levado dois potinhos para as meninas: um com pepinos e outro com penne (sem molho para não bagunçar) e assim as meninas chegaram ao destino sem fome, felizes de ficar comendo coisas com as mãos e entretidas com as comidas e coisinhas que ganharam a bordo (aí ponto para a Lufthansa que sempre dá um monte de brinquedinhos para as crianças, mesmo nos vôos "domésticos").

Chegando em Bologna alugamos um carro e fomos dirigindo até Roma. Marido ficou feliz da vida que a nossa bagagem coube toda no carro (3 malas, um carrinho, dois assentos para o carro para as meninas, uma mochila (a qualidade das cadeiras alugadas não costuma ser boa, nem o conforto, então optamos por levar as nossas próprias), a bolsa da Helena, mochila de brinquedos da Sophia, mochila da máquina fotográfica e minha bolsa) e mais ainda pelo desafio de dirigir nas ruas caóticas de Roma. Ah: uma dica: tente chegar (de carro) em Roma depois das 18:00. Antes disso, há restrições para circular em algumas ruas mais centrais da cidade e para não levar uma multa você tem que cadastrar a placa do veículo junto ao hotel. O trânsito também é mais complicado até este horário.

Em Roma ficamos hospedados num hotel simples, mas muito bem localizado, com um ótimo café da manhã e que nos providenciou um bercinho pra Helena e uma cama para a Sophia. O quarto ficou um pouco apertado, mas para 3 dias estava OK. O único inconveniente do hotel era a longa escadaria que dá acesso à recepção. Ou seja, você chega com a parafernália descrita acima e tem que carregar tudo para poder fazer o check-in. Depois tem que carregar mais uma vez num novo lance de escadas (pequeno) para poder pegar o elevador.

O quarto apertadinho


Como só tinhamos dois dias e 3 noites em Roma resolvemos dar uma olhada em alguns dos pontos turísiticos principais, mas abrimos mão de muita arte para não cansarmos muito.

Já que o hotel era muito bem localizado, pudemos fazer muita coisa a pé. Só quando estávamos muito cansados é que entrávamos no metrô, mas este é beeeem lotado, nem sempre tem bom acesso para quem está com carrinho (ou seja, tivemos que carregar muitas vezes o carrinho pra cima e pra baixo) e, ah, convenhamos, em Roma tem muito pra ver, em cada esquina. É bem melhor ir caminhando do que de metrô.

Para passear a pé, sem reclamações (ou quase). Detalhe para o lenço que levei para não ter problemas ao entrar em igrejas. Pede-se que não se vá de blusas sem mangas e com saias (ou bermuda) no mínimo na altura do joelho.


O mais legal da viagem toda foi poder explicar tanta coisa nova pra Sophia. Teve a lenda de Rômulo e Remo, superstições para se voltar a Roma (Fontana de Trevi), ou a Florença, explicar quem é o papa, o que é o Céu e o Inferno e o que é o Vaticano, mostrar muita obra de arte, falar sobre o Coliseu, explicar porque a Torre de Pisa é inclinada, falar sobre Netuno e outros deuses, etc. É muito legal ver como ela se interessa por tudo, como participa e se empolga com o que está por vir e, assim, fica bem mais fácil aguentar filas, demoras e multidões.




O que visitamos nestes dois dias:

Palazzo Barberini
Fontana di Trevi
Vista linda pertinho de um lugar muito bom pras crianças brincarem: Villa Borghese
Escadaria espanhola
Coliseu
Vaticano
Basílica de São Pedro (detalhe importante: não são permitidos carrinhos de bebê dentro da igreja, então levar canguru!)
Santa Helena e Helena
Museu do Vaticano
Numas das inúmeras vezes que o carrinho teve que ser carregado a caminho da Capela Sistina
Um dos inúmeros sorvetes que a mocinha degustou (num restaurante bem recomendável para quem ficar perto da Ópera, como nós: Terme di Diocleziano)
Adoramos a cidade, a hospitalidade, o clima, a comida, enfim, toda a estadia em Roma. Também fizemos um tour de ônibus que recomendamos muito para se ter uma vista geral da cidade, quando a estadia for super curta - como a nossa.
Tivemos muita sorte com as filas. Ainda que os pontos turísticos estivessem sempre bem cheios, não tivemos que esperar tanto assim. Ou seja, creio que maio é um mês perfeito para se conhecer a cidade. A temperatura estava ótima (acredito que no verão não seja tão agradável...), as filas aceitáveis (li em vários guias que por vezes são horas e horas de espera para se entrar na Capela Sistina ou na Basílica de São Pedro, por exemplo) e os dias longos e ensolarados para passear pela cidade.


P.S.: Acho que falar de sol deu certo, pelo menos a chuva parou e um sol tímido começa a surgir...