domingo, 30 de janeiro de 2011

Dor é natural



Pois é. A neném não nasceu este final de semana, oba! Mas a tosse também não foi embora. Não foi nem até a esquina e acho que ainda trouxe as amigas. Na noite de sábado para domingo consegui adormecer só lá pelas 5 da manhã. E acho que de pura exaustão, pois a tosse continuava me incomodando.

Só sei que estava ficando um pouco preocupada que a minha falta de ar noturna pudesse estar prejudicando a neném de alguma forma. A coisa estava tão brava que me armei de coragem e fui até ao hospital no sábado à tarde. Maravilha foi que pude contar com a ajuda da minha grande amiga Vi (obrigada mesmo querida!), que foi comigo e, assim, a Sophia não teve que ser carregada para um hospital, mas pode brincar tranquilamente com o papai em um playground indoors.

Foi ótimo saber que está tudo bem com a minha princesinha: ela já engordou mais 200g desde o ultrassom da quarta (em apenas 3 dias!) e o colo do útero já está bem curto. Mas as maravilhas acabam por aí. Nem vou entrar em muitos detalhes em relação ao longuíssimo chá de cadeira que levamos, no total foram 5 horas lá dentro!

Porém triste mesmo é ver como os médicos não estão "nem aí" para as condições da mamãe de segunda viagem aqui. Eu reclamando de falta de ar, a médica me dizendo que não era para se esperar outra coisa de alguém na 37ª semana de gravidez. Eu reclamando que a tosse não me deixava dormir, a médica me dizendo que tosse é assim mesmo, atrapalha o sono. Eu reclamando que meu peito estava chiando muito, que podia ser uma bronquite, e a médica me dizendo que não estava tão ruim assim não. Ahhhhhhhhhh!!!! Que vontade de dar uns tabefes!

Mas como não iria adiantar nada me contive, voltei pra casa e vou ver se tento a minha sorte amanhã, em um pneumologista. Ou não. Talvez o melhor fosse me resignar mesmo ao velho lema da minha ginecologista: "dor é natural".

Novos capítulos certamente virão :-)

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Das Dores

Quando estava lá pela 30ª semana de gestação comecei a sentir umas dores horrorosas na coluna e no assoalho pélvico. Doía MUITO. Muito mesmo. Não sou tão sensível a dor assim e sou meio o contrário da hipocondríaca, detesto remédio, detesto médico, costumo até minimizar o problema dos outros. Porém a minha ginecologista consegue até ganhar de mim no quesito dor. Pra ela tudo é natural e nada é razão para ficar de pernas para o ar ou tomar um remédio.

Mas a bendita da dor estava lá, firme e constante, sendo a minha fiel companheira diária. Coisas simples como virar na cama, entrar ou sair do carro, me vestir, subir escadas estavam se tornando insuportáveis. Comecei a pesquisar na internet e achei que estivesse com dor pélvica crônica causada pela gestação (se quiser ler mais clique aqui - em alemão - ou aqui - em português). A coisa estava tão cruel que eu dizia (brincando, claro) que se a minha filha nascesse por aqueles dias ela se chamaria de Maria das Dores. Para a sorte dela, ela não nasceu e as dores passaram :-)

Desde domingo, no entanto, estou com uma tosse tão irrtante, que não me deixa dormir. E de tanto tossir todo o meu tronco está dolorido. Dói desde a gargata até o umbigo mais ou menos. E grávida nunca pode tomar nada, um saco. Mas ontem a coisa estava tão cruel que pedi pelo menos um xarope para a minha ginecologista e, milagrosamente, ela me receitou um! Só tomei uma vez até agora, ontem, antes de dormir, mas foi um alívio. Dormi beeeem melhor. Durante o dia fiquei pensando que talvez pudesse sim fazer mal à neném e resolvi não tomar de novo. Mas agora a dor no peito aumentou então acho que para dormir vou ter que tomar novamente.

Enfim, o jeito é torcer para que a tosse vá embora logo e para que a neném não resolva nascer neste fim de semana. Afinal eu não quero que ela se chame Maria das Dores :-)

Imagem: http://www.flickr.com/photos/congalaconga/4808082984/

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

A hora do xixi

 http://www.flickr.com/photos/tomschenkenberg/4273884270/sizes/z/in/photostream/

Terça-feira é dia da minha filhota fazer ginástica. Começamos há pouco tempo, hoje foi a terceira vez, para falar a verdade. Mas já estou achando que Sophia nunca vai conseguir se desprender de mim para fazer os exercícios. E o truque que ela usa para não se soltar é: "Mamãe, quero fazer xixi".

Então, chegamos na academia, eu já levo direto pro banheiro. Ela diz que não quer fazer. Daí subimos até o local da aula, começo a trocar a roupa dela e ela toda animada. Outras crianças chegam e ela continua animada. Daí a professora vem: "Mamãe, quero fazer xixi". Tá, descemos de novo, vamos até o banheiro, ela faz alguns pingos no vaso, subimos de novo e as crianças já estão em roda, cantando umas musiquinhas. Depois vem a hora de cada criança sugerir algum movimento, vale bater palma, correr, se arrastar, dar cambalhotas, pular, andar na ponta do pé, enfim qualquer coisa. Mas a Sophia continua tímida, olhando pra mim, eu tentando incentivá-la com palavras e com meu olhar, mas nada. Ela não quer saber de fazer junto.
Mas pelo menos ela ainda está ali do lado, prestando muita atenção e quase querendo fazer os exercícios também.

De repente, a professora pergunta: Sophia quer sugerir algum movimento? E pronto, ela corre pra mim: "Mamãe, quero fazer xixi". Eu pergunto: tem certeza filha? Afinal são uns 50 degraus de escada e eu e meu barrigão de 37 semanas não estamos gostando de escadas ultimamente... Mas ela diz que sim e lá vamos nós novamente, escada abaixo, alguns pingos no vaso, escada acima. Agora as crianças estão todas em pé e vão fazendo novos movimentos ao som de uma música bem animada. Elas correm, pulam, brincam da dança da cadeira, mas esta parte da aula a Sophia ainda não aproveita nadinha.

Depois disso tem a pausa pra tomar água e comer fruta. Desta parte ela gosta, hoje ela comeu o melão dela toda feliz e nem estava no meu colo. Estava lá junto com as outras crianças. Tá, quase junto. Uma distância de uns 2 metros ela ainda quis manter.

Agora vem a parte que ela mais gosta, a professora arma uma espécie de circuito, em que as crianças pulam numa cama-elástica pequenininha, se equilibram em cima de um banco estreitinho, escorregam, escalam uns outros bancos, enfim, ficam todos bem soltos e ela se sente à vontade para brincar também. Nesta hora eu acho que poderia até sair da sala, que ela nem notaria.

Chega o final da aula e as crianças se sentem novamente em círculo, a professora carimba um leãozinho na mãozinha de cada aluno, é como uma espécie de prêmio, para aqueles que participaram da aula. Sophia ganha o seu, toda orgulhosa, mas quando a professora chama para cantarem as musiquinhas finais, a vontade de fazer xixi volta milagrosamente. Desta vez, digo que a gente já vai (não estou a fim de descer e subir os 500 degraus novamente). Ela espera, as músicas acabam, todos vão embora, todos menos Sophia que decide começar a cantar as músicas que todos estavam cantando até agora. Eu espero, espero, espero e daí pergunto: vamos filha? E ela corre, pula, se arrasta no chão, anda nas pontas dos pés e nada de vir. Quando ela finalmente vem (depois de eu suborná-la uma bala) e estamos quase saindo da academia vem a frase fatídica: "Mamãe, quero fazer xixi"...

Ahhhhhhhh!!!!!!!!!!!!!!! Mas tudo bem, vamos ver como será a próxima terça.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Enquanto ela não nasce...

... estou aqui. Tentando começar algo novo. E isto na minha 37ª semana de gravidez.
Mas desde que entrei na licença maternidade, que aqui na Alemanha já começa 6 semanas antes da data prevista do parto, que comecei a me viciar em blogs. Fico horas e horas lendo, procurando, me emocionando, rindo, me indignando e me inspirando nas coisas que leio.
Fico procurando informações sobre o parto, relembrando este momento tão especial (ainda que dolorido) pelo qual já passei uma vez, mas que quis esquecer por um bom tempo, comparo experiências, aproveito dicas boas e agora acho que chegou a hora de compartilhar um pouco das minhas experiências também. Tenho um desejo sincero de que alguém também possa aproveitar, rir sobre ou se emocionar com as minhas histórias. Ou que elas sejam simplesmente informativas para aquelas pessoas que não estão tão perto de mim, como a minha família no Brasil.
Então fica aqui o convite, para que você descubra um pouco mais sobre mim e sobre esta misteriosa multiplicação de amor de mãe.