quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

O parto

Impossível falar do parto da Helena sem me lembrar do parto da Sophia.
Ficava já pensando nisso ainda mesmo da Helena nascer. Afinal de contas o primeiro parto não tinha sido muito fácil e eu receava que o segundo também não o fosse.

Algumas diferenças (boas!) já foram sendo notadas: a 35ª semana passou e a Helena não nasceu. Nem na 36ª, nem na 37ª. O meu maior medo, de ter mais uma vez uma filha um pouco pré-matura, não se concretizou e eu fiquei muito, muito grata e feliz. Aí veio todo aquele quadro doido de tosse, gripe, possível fratura de costela, etc, etc, e eu pensei, pronto, não vou sobreviver ao parto. Desta vez vai ser ainda pior.

E com estas coisas na cabeça, este misto de aquilo foi melhor da outra vez e isso está sendo melhor agora, deu-se o início do parto, que foi igual nos dois nascimentos: a bolsa rota. Mas se na primeira gravidez fiquei em dúvida se era mesmo a bolsa, já que a quantidade de líquido tinha sido pequena, desta vez não houve dúvidas: foi aquela enxurrada de filme :-)
Aí, acordei o marido, ligamos para a nossa amiga Vi que ia cuidar da Sophia até minha sogra chegar, arrumamos uma mochilinha de brinquedos para a nossa fofa não se sentir muito perdida, colocamos a necessaire na malinha e saímos de casa. Nisso as contrações (que já tinham começado no dia anterior) foram se tornando bem ritmadas. E quando já estávamos no carro não estava conseguindo conversar muito bem conforme as contrações iam chegando.

Chegamos no hospital e agora tinha certeza que desta vez eu não teria o problema de ausência de contrações, como no primeiro parto. Na primeira vez, quando cheguei ao hospital, me mandaram subir e descer escadas, andar em volta do hospital (que é imenso) e me exercitar para ver se as contrações começavam (mas nada adiantou). Desta vez, me levaram para a salinha de controle dos batimentos cardíacos dos bebês e depois de uma meia hora já fui direto para a sala de parto. Nem deu tempo para fazer um ultrassom de controle.

E nisso as contrações já estavam bem próximas. Sentei ainda naquela bola gigante para tentar aliviar as dores das contrações, trabalhando também a respiração, mas não estava dando muito certo. E também não estava dando para controlar direito os batimentos cardíacos. Aí a parteira já pediu para eu ir para a cama, para poder controlar melhor os batimentos da neném e eu já estava entrando no meu transe hipnótico de me sentir fora do meu corpo de tanta dor. No entanto, desta vez, nem aceitamos os remedinhos homeopáticos que eles dão para tentar fazer a gestante desistir de tomar anestesia :-) O Felix foi logo exigindo uma peridural e pronto. A parteira ainda tentou enrolar: "(...) mas ela já está com 7, 8 cms de dilatação, provavelmente até o anestesista chegar a neném já terá até nascido.". Mas ele foi curto e grosso: "(...) então vá agora chamar o anestesista para ele chegar logo.". E olhem, olhem, olhem. Nem cinco minutos depois ele já estava ali.

Fiquei bem feliz por ele ter tomado as rédeas nesta decisão. Tinhamos combinado anteriormente que desta vez eu tomaria a peridural, mas confesso que estava morrendo de medo da anestesia. Embora todas as mamães com as quais eu tinha conversado terem me garantido que era tranquilo, estava meio receosa. Afinal de contas quando fui ao hospital para combinar os detalhes do parto tinham me dado um papel com 4 PÁGINAS DE PAPEL SULFITE de COMPLICAÇÕES E EFEITOS COLATERAIS para eu assinar!!!!!!!!!!!! Tem como não ter medo??? Mas como na hora H eu não estava mais raciocinando direito e a anestesia foi exigida, tomei numa boa.
O anestesista era muito simpático e ficou conversando umas bobagens sobre férias e viagens e foi engraçado ver como pra uns uma coisa é rotina e pra outros é algo único, exclusivo e assustador.
A agulha em si eu nem vi. Acho que eles escondem para não assustar ainda mais as medrosas como eu. Mas não achei as picadas tão dolorosas assim. Pra ser sincera achei bem mais difícil continuar conversando com o anestesista, que me fazia perguntas e que tinha que esperar a contração passar para ouvir minha resposta... E depois de um tempo minha vida realmente mudou para melhor. Eu já estava dentro de mim novamente e não pairando no ar. E as dores se tornaram mais suportáveis.

Com isso entramos na fase de expulsão e confesso que foi tudo muito rápido. Eu fazia esforço, empurrava e a parteira dizia que estava havendo progresso :-) E depois de algum tempo e um corte aquele alívio sem fim: a Helena estava nos meus braços. Que felicidade!!!!!!!! E foi tão lindo poder ficar com ela no colo por quanto tempo eu quisesse, sem a pressa que tivemos na primeira vez, quando a Sophia foi examinada e já levada para a UTI neo-natal... Foi uma experiência muito, muito boa. E rápida - nem 5 horas de trabalho de parto!

E agora estou aqui, do lado da minha princesinha mais nova :-) Amanhã conto como foi o primeiro encontro das duas irmãs.

6 comentários:

Kathe disse...

Eu te disse que a gente nem sente a picada da agulha!

Alessandra disse...

Agulha??? Que agulha???
A peridural foi a melhor invenção do planeta!
E olha que meus trabalhos de parto foram ambos muito rápidos. Mas depois da peri no parto da Glorinha, eu ficaria ali mais umas boas horas... só que daí foi rapidinho.

Adoro ler sobre partos... é um momento tão-tão-tão único né. É desesperador estar lá, na hora "H", mas não tem nada igual na vida.
Beijo!

Camilla Brandel disse...

Êêêêê, 3 vivas para a anestesia! Viva! Viva! Viva! Hehehe. :-)
E eu senti, sim, a picada da agulha. Doeu bastante. Mas como já falei, foi a melhor dor que já senti. Desviou o foco da dor das contrações, que foi muito, muuuuito, MUUUUITO pior.
Teve episio de novo, Taia? Engraçado, ficam tentando te enrolar pra não dar anestesia, mas cortar tudo bem? Nao entendo esses alemaes. :-)
Beijo!

Karen disse...

Sim, teve episio de novo :-(
Mas desta vez achei tudo muito mais humano e suportável. Nada como uma anestesia mesmo!!! Você tem razão Ale, a melhor invenção do planeta hehehe!

Rodrigo disse...

Pois é por falar em agulha, no parto da Giovanna, eu levei duas picadas mexi bem na hora da anestesia... pensa beijo

Kelly Stein disse...

menina...quem foi sua parteira?? pq tb tive uma nos meus partos. O último foi em casa... óooia curiosidade!! *rs